Este rei que eu escolhi / Alice Vieira ; il. Teresa Dias Coelho

Main Author: Vieira,, Alice,, 1943- Secondary Author: Coelho,, Teresa Dias,, 1953- , 440Language: por.Country: PT.Edition Statement: 9ª edPublication: Lisboa : Caminho, imp. 1995Description: 174 p. : il. ; ; 21 cmISBN: 972-21-0029-7.Abstract: Tão fraco é o nível de literatura infantil e juvenil publicados em Portugal, que, quando um surge no mercado que pelos seus méritos se distingue da grande massa da mediocridade geral - e sobretudo quando o seu autor é português - bem se justifica que marquemos com uma pedra branca o seu aparecimento. Com a publicação de - Este Rei que eu escolhi- "aconteceu", de facto, literatura para jovens. Estou certo que estes - os jovens - lerão com verdadeiro interesse o muito bem imaginado e realizado romancinho escrito por Alice Vieira que, numa linguagem simples, directa, familiar, sem o recurso a termos obsoletos, sem o mínimo vislumbre de querer impingir "patriotismos" ou "moralismos" lhes narra a aventura revolucionária da arraia miúda lisboeta da crise de 1383. As personagens que já vêm de outros livros da autora, como os três irmãos Vasco, Fernanda, Mafalda e o Babo, junta-se agora mais uma, a pitoresca e excêntrica prima Leocádia, e todos eles se vêem subitamente envolvidos, por artes mágicas, (isto é, por uma feliz conciliação entre o imaginário e o real) no processo revolucionário em curso - no PREC de então - e no qual acabam por entusiasticamente participar. Teve a autora desta narrativa o condão de ter apeado do seu pedestal de convencionalismo e hieratismo histórico as personagens que movimenta, dando-lhes tão simplesmente o mais humano estatuto de meros cidadãos, independentemente dos cargos ou situações sociais que ocupem ou em que se encontram. O Mestre de Avis, Álvaro Pais, Afonso Anes, Nun'Álvares, o próprio Fernão Lopes (ainda criança no decorrer da acção) são (quis a autora que fossem) mais personagens de romance, gente do quotidiano, do que figuras da História. Há como que uma desmistificação (não no sentido depreciativo) da personagem histórica que "baixa" a um nível passível de convivência ou até de intimidade com a criança ou jovem que vai ler o que para ele foi escrito. No entanto, em abono da verdade se diga, nunca a autora deixou desrespeitar a verdade histórica relativa aos factos, às personagens, à cronologia dos acontecimentos. Raro, na verdade, o mérito deste livro patenteado : o ter conseguido a sua autora ensinar - dar uma lição de História e, ao mesmo tempo, interessar e divertir os seus pequenos ou jovens leitores. Estou certo que estes - os jovens - lerão com verdadeiro interesse o muito bem imaginado e realizado romancinho escrito por Alice Vieira que, numa linguagem simples, directa, familiar, sem o recurso a termos obsoletos, sem o mínimo vislumbre de querer impingir "patriotismos" ou "moralismos" lhes narra a aventura revolucionária da arraia miúda lisboeta da crise de 1383. As personagens que já vêm de outros livros da autora, como os três irmãos Vasco, Fernanda, Mafalda e o Babo, junta-se agora mais uma, a pitoresca e excêntrica prima Leocádia, e todos eles se vêem subitamente envolvidos, por artes mágicas, (isto é, por uma feliz conciliação entre o imaginário e o real) no processo revolucionário em curso - no PREC de então - e no qual acabam por entusiasticamente participar. Teve a autora desta narrativa o condão de ter apeado do seu pedestal de convencionalismo e hieratismo histórico as personagens que movimenta, dando-lhes tão simplesmente o mais humano estatuto de meros cidadãos, independentemente dos cargos ou situações sociais que ocupem ou em que se encontram. O Mestre de Avis, Álvaro Pais, Afonso Anes, Nun'Álvares, o próprio Fernão Lopes (ainda criança no decorrer da acção) são (quis a autora que fossem) mais personagens de romance, gente do quotidiano, do que figuras da História. Há como que uma desmistificação (não no sentido depreciativo) da personagem histórica que "baixa" a um nível passível de convivência ou até de intimidade com a criança ou jovem que vai ler o que para ele foi escrito. No entanto, em abono da verdade se diga, nunca a autora deixou desrespeitar a verdade histórica relativa aos factos, às personagens, à cronologia dos acontecimentos. Raro, na verdade, o mérito deste livro patenteado : o ter conseguido a sua autora ensinar - dar uma lição de História e, ao mesmo tempo, interessar e divertir os seus pequenos ou jovens leitores. (Guilherme Castilho 21/2/1984).
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821.134.3-93 VIE (Browse shelf(Opens below)) Available A7970/10
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821.134.3-93 VIE 2 Histórias de Natal 821.134.3-93 VIE Caderno de Agosto 821.134.3-93 VIE Úrsula , a maior 821.134.3-93 VIE Este rei que eu escolhi 821.134.3-93 VIE Os olhos de Ana Marta 821.134.3-93 VIE Paulina ao piano 821.134.3-93 VIE Eu bem vi nascer o Sol , Antologia da poesia popular portuguesa

Tão fraco é o nível de literatura infantil e juvenil publicados em Portugal, que, quando um surge no mercado que pelos seus méritos se distingue da grande massa da mediocridade geral - e sobretudo quando o seu autor é português - bem se justifica que marquemos com uma pedra branca o seu aparecimento. Com a publicação de - Este Rei que eu escolhi- "aconteceu", de facto, literatura para jovens. Estou certo que estes - os jovens - lerão com verdadeiro interesse o muito bem imaginado e realizado romancinho escrito por Alice Vieira que, numa linguagem simples, directa, familiar, sem o recurso a termos obsoletos, sem o mínimo vislumbre de querer impingir "patriotismos" ou "moralismos" lhes narra a aventura revolucionária da arraia miúda lisboeta da crise de 1383. As personagens que já vêm de outros livros da autora, como os três irmãos Vasco, Fernanda, Mafalda e o Babo, junta-se agora mais uma, a pitoresca e excêntrica prima Leocádia, e todos eles se vêem subitamente envolvidos, por artes mágicas, (isto é, por uma feliz conciliação entre o imaginário e o real) no processo revolucionário em curso - no PREC de então - e no qual acabam por entusiasticamente participar. Teve a autora desta narrativa o condão de ter apeado do seu pedestal de convencionalismo e hieratismo histórico as personagens que movimenta, dando-lhes tão simplesmente o mais humano estatuto de meros cidadãos, independentemente dos cargos ou situações sociais que ocupem ou em que se encontram. O Mestre de Avis, Álvaro Pais, Afonso Anes, Nun'Álvares, o próprio Fernão Lopes (ainda criança no decorrer da acção) são (quis a autora que fossem) mais personagens de romance, gente do quotidiano, do que figuras da História. Há como que uma desmistificação (não no sentido depreciativo) da personagem histórica que "baixa" a um nível passível de convivência ou até de intimidade com a criança ou jovem que vai ler o que para ele foi escrito. No entanto, em abono da verdade se diga, nunca a autora deixou desrespeitar a verdade histórica relativa aos factos, às personagens, à cronologia dos acontecimentos. Raro, na verdade, o mérito deste livro patenteado : o ter conseguido a sua autora ensinar - dar uma lição de História e, ao mesmo tempo, interessar e divertir os seus pequenos ou jovens leitores. Estou certo que estes - os jovens - lerão com verdadeiro interesse o muito bem imaginado e realizado romancinho escrito por Alice Vieira que, numa linguagem simples, directa, familiar, sem o recurso a termos obsoletos, sem o mínimo vislumbre de querer impingir "patriotismos" ou "moralismos" lhes narra a aventura revolucionária da arraia miúda lisboeta da crise de 1383. As personagens que já vêm de outros livros da autora, como os três irmãos Vasco, Fernanda, Mafalda e o Babo, junta-se agora mais uma, a pitoresca e excêntrica prima Leocádia, e todos eles se vêem subitamente envolvidos, por artes mágicas, (isto é, por uma feliz conciliação entre o imaginário e o real) no processo revolucionário em curso - no PREC de então - e no qual acabam por entusiasticamente participar. Teve a autora desta narrativa o condão de ter apeado do seu pedestal de convencionalismo e hieratismo histórico as personagens que movimenta, dando-lhes tão simplesmente o mais humano estatuto de meros cidadãos, independentemente dos cargos ou situações sociais que ocupem ou em que se encontram. O Mestre de Avis, Álvaro Pais, Afonso Anes, Nun'Álvares, o próprio Fernão Lopes (ainda criança no decorrer da acção) são (quis a autora que fossem) mais personagens de romance, gente do quotidiano, do que figuras da História. Há como que uma desmistificação (não no sentido depreciativo) da personagem histórica que "baixa" a um nível passível de convivência ou até de intimidade com a criança ou jovem que vai ler o que para ele foi escrito. No entanto, em abono da verdade se diga, nunca a autora deixou desrespeitar a verdade histórica relativa aos factos, às personagens, à cronologia dos acontecimentos. Raro, na verdade, o mérito deste livro patenteado : o ter conseguido a sua autora ensinar - dar uma lição de História e, ao mesmo tempo, interessar e divertir os seus pequenos ou jovens leitores. (Guilherme Castilho 21/2/1984)

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